Kelvin Kiptum, ícone da maratona mundial, morre num acidente rodoviário

Kelvin Kiptum, ícone da maratona mundial, morre num acidente rodoviário
Gorka Sedano
Gorka Sedano
Jornalista e corredor popular
Publicado em 12-02-2024

O mundo do atletismo está de luto após a trágica notícia da morte de Kelvin Kiptum (1999-2024), o corredor queniano que bateu o recorde mundial da maratona ( 2:00:35). E, provavelmente, o homem predestinado a correr abaixo das 2 horas na maratona. Kiptum perdeu a vida num acidente de viação fatal na estrada de Eldoret-Kaptagat. A sua partida não deixa apenas um vazio no desporto, mas também nas aspirações de ultrapassar essa barreira das 2 de horas de 2 que até agora parecia intransponível.

Kelvin Kiptum conduzia um veículo Toyota na estrada que liga Eldoret a Kaptagat, uma zona conhecida por ser o coração do treino de cross-country no Quénia. De acordo com os relatórios preliminares da polícia, Kiptum perdeu o controlo do carro, o que resultou num embate contra uma árvore e na queda do veículo numa vala.

No carro seguiam também o seu treinador, Gervais Hakizimana, e uma passageira identificada como Sharon Kosgei. Enquanto Kiptum e Hakizimana morreram no local, Kosgei sobreviveu, embora com ferimentos graves. As autoridades abriram um inquérito para determinar as causas exactas do acidente, numa região onde os corredores quenianos de longa distância treinam e vivem frequentemente.

Um atleta destinado a fazer história na maratona

Kelvin Kiptum, nascido a 2 de dezembro de 1999 no distrito de Keiyo, no Vale do Rift, surgiu no mundo do atletismo de forma espetacular. A sua juventude não foi impedimento para o seu talento e determinação excepcionais. Desde a sua estreia na Meia Maratona de Lisboa de 2019, onde registou um tempo de 59:54, Kiptum começou a destacar-se no circuito internacional.

O ícone da maratona mundial Kelvin Kiptum morre num acidente de viação

No entanto, foi em Valencia, em 2022, que Kiptum se colocou verdadeiramente no mapa do atletismo mundial. Com um tempo de 2:01:53 na sua primeira maratona, registou o tempo mais rápido para um estreante na história. Este feito foi apenas o início de uma série de sucessos que iriam cimentar o seu estatuto como um dos grandes nomes da distância.

Em 2023, Kiptum venceu a Maratona de Londres com um tempo de 2:01:25, seguido da sua histórica victoria em Chicago, onde estabeleceu um novo recorde mundial de 2:00:35. Kiptum estava a camino de quebrar a barreira das duas horas numa maratona oficial, um marco que tinha sido perseguido pelos melhores corredores da história. De facto, ele planeava fazê-lo na Maratona de Roterdão, a 14 de abril.

O método de treino tradicional de Kelvin Kiptum

Kiptum combinava um treino rigoroso, muito distante das novas fórmulas de treino actuais, com uma abordagem humilde e determinada. Corria 240 km por semana em altitude, seguindo um regime de treino tradicional. O seu sucesso, de acordo com aqueles que o conheceram, deveu-se não só à sua capacidade física, mas também à sua mentalidade e dedicação.

Com apenas três maratonas no seu currículo, Kiptum já tinha deixado uma marca indelével no mundo do atletismo. A sua partida prematura deixa um legado do que poderia ter sido e a memória de um atleta que, num curto espaço de tempo, atingiu alturas que muitos apenas sonham tocar.

Os melhores tempos de Kelvin Kiptum

Foto: World Athletics.

Os recordes pessoais de Kelvin Kiptum

Os seus recordes pessoais e as suas vitórias na pista deixam claro que Kelvin Kiptum estava destinado a fazer história no atletismo mundial, mas o seu nome junta-se à lista negra de atletas de elite que morreram em acidentes fatais.

  • 10.000 m. - 28:27.87 (Estocolmo 2021).
  • Corrida de estrada de 10.000 m - 28:17 (Utrecht 2019).
  • Meia maratona - 58:42 (Valencia 2020).
  • Maratona - 2 200:35 (Chicago 2023).

Fonte: Wikipédia. No World Athletics pode encontrar todos os seus recordes.


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Gorka Sedano

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Licenciado em Ciências da Informação pela Universidade do País Basco. Jornalista desportivo, especializado em material desportivo: Running, trail, futebol. Sou um corredor popular, daqueles que olham para o monitor de frequência cardíaca para ver os quilómetros percorridos e não o tempo gasto a corrê-los.