Correr por sensações vs. correr pelo ritmo cardíaco: Como vencer a preguiça

Correr por sensações vs. correr pelo ritmo cardíaco: Como vencer a preguiça
Raúl Lozano
Raúl Lozano
Treinador de Trail Running, RUNNEA Trail Team
Publicado em 14-02-2024

Sabias que correr por sensações pode ser uma boa opção para os corredores populares que não são consistentes? Para quem muitas vezes tem preguiça de correr, mas no fundo sabe que tem de o fazer, seja por uma questão de saúde, para desanuviar a cabeça ou para perder peso, nem sempre é necessário seguir um plano de treino rigoroso. Existe um método que o pode ajudar a vencer a preguiça e a aliviar a pressão do seu treino. É a corrida pela sensação. A RUNNEA explica como pô-lo em prática e qual a diferença entre correr com base na frequência cardíaca ou no ritmo. Se queres começar a correr e ainda não conseguiste, o que vamos dizer a seguir será de grande interesse.

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Vamos a isso!

Correr por sensações: Compreender o método

Correr por sensações significa ajustar o ritmo com base na forma como nos sentimos física e emocionalmente, em vez de seguir parâmetros fixos, quer sejam definidos por um treinador ou por um plano de treino. Como o ritmo, a frequência cardíaca ou a potência.

Esta metodologia é perfeita para dias sem um objetivo de treino específico, pois permitem adaptar a intensidade de acordo com a disposição e energia.

Mas também é uma ótima opção quando se está a começar a correr ou quando se corre sem um objetivo de tempo ou distância definidos. A ideia é correr e definir um ritmo com base na forma como cada um se sente em cada dia.

A investigação demonstrou que a flexibilidade no treino pode aumentar a adesão a longo prazo, tal como observado num estudo da Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, que demonstrou uma correlação positiva entre a autorregulação do exercício e a satisfação dos participantes.

Ao reduzir a pressão para atingir objetivos específicos, correr para sentir facilita a manutenção de uma rotina de exercício regular. Esta abordagem promove um melhor bem-estar mental, permitindo desfrutar do momento e da atividade, reduzindo o stress e aumentando a sensação de liberdade.

Como implementá-la na rotina diária

Começar com distâncias curtas, prestando atenção à reação do seu corpo e da sua mente. Ajustar o ritmo de acordo com o que se sente a cada dia, permitindo-se correr mais depressa ou mais devagar, dependendo de como nos sentimos.

  • Ouvir e responder: Aprender a identificar como o corpo se sente todos os dias e ajustar o ritmo em conformidade.
  • Registos de atividade: Tentar manter um diário de sensações após a corrida. Irá ajudar a compreender melhor as reações físicas e emocionais à corrida.

Uma dica: reduzir sempre um pouco as expectativas em relação às sensações ideais. Se há uma sensação de euforia, com a ideia de que podemos correr 1 hora a 4 minutos por quilómetro, o ideal é correr a 4:15 ou 4:30 nesse dia. É muito melhor terminar o dia com a sensação de que poderíamos ter feito mais do que o contrário.

Como ultrapassar a preguiça de correr

  • Celebrar as pequenas conquistas: Reconhecer e valorizar cada vez que vencer a preguiça e sair para correr, reforçando positivamente o hábito.
  • Aprender a parar: Tentar identificar sinais de cansaço ou desconforto e ajustar o treino em conformidade.

Como obter essa motivação diária

É importante ter variabilidade no seu treino. Pode alternar-se a corrida por sensações com outras atividades de que se gosta, como o ioga, o ciclismo ou a natação, para manter a motivação para o desporto.

Outra opção é correr com amigos ou juntar-se a um grupo de corrida. Isso pode aumentar a motivação e tornar o treino mais agradável.

Pode também procurar-se inspiração junto de outros corredores: Ouvir podcasts de corrida como o RUNNEA Talks, ler blogues ou participar em comunidades em linha para manter o interesse.

Aceitar que haverá dias em que não apetece correr e não há problema. O importante é não deixar que esses dias se tornem a norma.

Correr com base no ritmo cardíaco

Correr com base no ritmo cardíaco implica, sem dúvida, um maior sacrifício físico e mental, embora os benefícios e as taxas de melhoria sejam, sem dúvida, maiores e mais rápidos do que quando se corre por sensação. O sucesso reside na combinação de ambas as metodologias quando o objetivo é um tempo ou uma distância.

Benefícios da corrida por ritmo cardíaco

  • Treino quantificável: Facilita a medição do progresso e ajuda a definir objectivos claros.
  • Prevenção de lesões: Ao seguir um plano detalhado, o risco de excesso de esforço e lesões relacionadas é reduzido.

Um truísmo: para correr com o ritmo cardíaco, é necessário um relógio desportivo.

E, obviamente, implica um investimento em tecnologia, como monitores de ritmo cardíaco e smartwatches, o que pode ser um obstáculo inicial. Mas na RUNNEA ajudamos a encontrar o relógio certo.

Nossa seleção

Correr por sensações tem um efeito libertador e de flexibilidade. É ideal para quem procura uma fuga à rotina diária e uma forma de se manter ativo sem a pressão de um treino estruturado. A corrida por ritmo cardíaco proporciona um enquadramento mais rigoroso, em que o objetivo é atingir um recorde pessoal ou terminar uma distância. Ambos os métodos fazem sentido, dependendo dos objetivos. Se pretendem correr para descontrair, podem começar por correr pelas sensações. É tudo uma questão de encontrar o equilíbrio que funciona.

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Raúl Lozano

Raúl Lozano

Treinador de Trail Running, RUNNEA Trail Team
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Raúl Lozano é treinador de trail running e analista sapatilhas de trail na Runnea. Embaixador líder da RUNNEA Trail Team. É especialista em corridas de ultra-distância.