Os corredores sabem como correr corretamente?

Os corredores sabem como correr corretamente?
Publicado em 22-08-2013

Correr, o treino de base, o ponto de partida para a preparação de qualquer corredor, desde os corredores de meia distância até aos maratonistas, atletas profissionais e populares. Sabemos a importância da corrida para construir uma base, para melhorar a resistência aeróbica, para depois começar com mudanças de ritmo, intervalos, colinas, séries e todo o tipo de treinos, mas será que sabemos correr? Será que sabemos fazer treino de corrida?

Normalmente prestamos mais atenção a como realizar corretamente as séries, as colinas ou o fartlek: calculamos ritmos, repetições, descansos, etc., mas tendemos a minimizar a importância deste tipo de treino quando, na realidade, é pelo menos tão importante como qualquer outro.

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Um grande corredor popular, especializado em corta-mato e em 3 de corrida de obstáculos, costumava dizer, com toda a razão, que em qualquer preparação "é preciso dominar o tempo de corrida". Neste caso, referia-se a atletas que correm entre 5 km e meia maratona, mas esta frase é útil para realçar a ideia de que dominar a corrida, ou seja, saber como fazê-la (e pô-la em prática) em função do que nos interessa, é uma parte fundamental do sucesso na concretização dos nossos objectivos.

Outro ditado popular que pode soar como um "truísmo", mas que na sua simplicidade contém uma grande verdade:

"O mais importante na corrida é correr (rolar)". E saber como o fazer.

Poderíamos considerar a competição, a corrida, como uma sessão de corrida, sim, ao ritmo máximo que a distância particular nos permite, mas também indo a um ritmo mais ou menos uniforme (e forte) e tentando terminar a toda a velocidade.

Com exceção dos dias em que saímos com o único ou principal objetivo de desanuviar a cabeça, fazer uns quilómetros tranquilos ou passar algum tempo em companhia, a corrida deve ser feita de uma forma que acrescente, que contribua com algo positivo, tal como um fartlek ou umas colinas.

Muitos atletas, para conhecerem o seu estado de forma, para além de realizarem os diferentes testes que existem, confiam muito e dá-lhes confiança terem conseguido realizar um bom treino com boas sensações, sentindo a passada, o ritmo e indo atrás de mais. No final do dia, é isso que temos de fazer no Dia D.

Já referimos que nos estamos a referir aos treinos que fazem parte de uma preparação em que existem também outros tipos de treinos, mudanças de ritmo, séries, subidas, etc. Da mesma forma, é necessário definir que tipo de sessão de treino é o mais adequado em função das necessidades da sessão: a que ritmo, quanto tempo, em suma: o que procuro?

A chave da corrida

Regra geral, uma sessão de treino, INDEPENDENTE DO RITMO E DO NÍVEL DO ATLETA, deve ser feita a um ritmo bastante constante e, ao mesmo tempo, ligeiramente progressivo, ou seja, entre o primeiro e o último quilómetro, a diferença de ritmo não deve ser grande e, de um quilómetro para o outro, deve ser bastante pequena.

Factores a ter em conta

Ter sempre em conta os factores que provocam diferenças de ritmo que temos de aprender a interpretar, tais como

O vento (contra ou a favor do vento, forte ou fraco): não devemos lutar contra ele quando nos contraria porque é um desgaste inútil e devemos aproveitá-lo quando o temos a nosso favor para ir um pouco mais depressa, mas sem despesas suplementares.

Os declives que podemos encontrar (subidas e descidas mais ou menos íngremes): se chegarmos a um declive longo que não seja muito íngreme, é melhor abrandar ligeiramente o ritmo para não nos castigarmos demasiado nem aumentarmos demasiado o ritmo cardíaco, de modo a que, quando chegarmos ao topo, não tenhamos perdido demasiado tempo e, ao mesmo tempo, não tenhamos gasto demasiada energia. Da mesma forma, na descida, não se deve aproveitar a oportunidade para se apressar, porque a zona dos isquiotibiais pode sofrer, especialmente nos últimos minutos da corrida.

O tipo de terreno (se passamos de asfalto para terra batida, calçada, etc.): Todos nós já experimentámos a diferença que faz deslocarmo-nos em superfícies tão díspares como o asfalto ou a relva (embora muitas vezes nos pareça que os africanos correm tão depressa no cross country como na estrada, eles também o sentem).

Assim, se quisermos fazer uma boa corrida, seja ela suave, média ou rápida (consoante o nosso ritmo e o nosso objetivo) e tirar o máximo partido dela, temos de lhe prestar atenção, tal como fazemos com as séries odiadas e/ou amadas.

Já agora, deixo uma pergunta no ar: é preciso aquecer antes de uma corrida?

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